Como as corridas de rua viraram febre na última década

Como as corridas de rua viraram febre na última década

RIO — Os primeiros movimentos acionam 70% de todos os músculos do corpo, o que faz com que a temperatura suba e o organismo se ajuste, fazendo a pele transpirar. Em seguida, o cérebro começa a liberar adrenalina e a frequência cardíaca aumenta: as pupilas dilatam. Isso era o que acontecia com o seu mais remoto antepassado quando ele se punha a correr para a caverna mais próxima para não virar almoço de tigre-dente-de-sabre. O que ele não poderia imaginar — e é provável que desse umas boas risadas com isso — é que seus descendentes, milhares de anos depois, estariam correndo por aí, sem que nenhum felino estivesse tentando mordiscar os seus respectivos traseiros.

Talvez por essa adrenalina ser substituída 20 minutos depois por endorfina (o hormônio do prazer), as corridas de rua viraram, nesta década, uma pandemia global. Basta ir até uma das muitas pistas existentes pela cidade ou dar uma olhada no calendário de eventos para confirmar: todo mundo parece ter resolvido dar as suas trotadinhas ultimamente. A professora do curso de Publicidade e Propaganda da ESPM Karine Karam (ela mesma praticante do esporte) conta que os primeiros eventos começaram a pipocar no Rio há uma década, quando as pessoas se deram conta de que era preciso compensar o sem-número de horas sedentárias passadas no trabalho, em casa ou no carro.

Quando as grandes marcas perceberam isso, passaram a patrocinar corridas pela cidade, na tentativa de associar seus nomes a um estilo de vida saudável. Prova disso é o evento organizado pela maior rede de fast-food do mundo, cujo garoto-propaganda é um certo palhaço ruivo.

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